Tuesday, November 18, 2008

DISCURSOS

Na cerimónia de abertura do novo anos lectivo, dizem os jornais, os "discursos" de ontem, 17NOV2008, do primeiro ministro e do director do Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM), (não LESMA como já ouvi, maliciosamente dizerem!) soaram a "passado". Que passado? O director, tal como era de esperar, disse umas coisas sobre História e o ministro, também como era de esperar, disse umas coisas sobre "reformas das Forças Armadas". Para que "passado" alertam os senhores jornalistas? Após árdua investigação, embora resguardando-me de ler os textos originais (seria um excesso de informação que a idade já não comporta) entendi que o director, por dever de ofício, e o ministro por obrigação politica, referiram alguns valores daqueles que se costuma designar por virtudes militares; amor à Pátria, cumprimento dos deveres, honestidade, seriedade, disponibilidade para o serviço, probidade, espírito de sacrifício, etc. e até citaram Camões. Já se vê, tudo coisas do passado, que num contexto que a História reforça e as reformas, sabe-se, são expedientes para, supõe o ministro, poupar dinheiro para investir em "nacionalizações (ou não fosse o ministro socialista) induzem os jornalistas a reter unicamente a sensação bolorenta.

Tivesse o militar falado em incumprimento das leis, nas dívidas de milhões, no achicalhamento da condição militar ou o ministro clarificasse o seu real pensamento sobre a inutilidade das Forças Armadas que é a crença da actual elite, constituída maioritariamente por merceeiros e mestres de obras*, que o ministro serve, então teríamos encómios jornalísticos sobre a modernidade do pensamento do último e o real passadismo intelectual do primeiro?


* Obviamente com todo o respeito pelos verdadeiros titulares destas profissões.

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